quinta-feira, 21 de junho de 2018

Felicidade




Esta é a história de uma pequena flor diferente das outras. Não que fosse diferente no seu aspeto físico, mas sim na sua maneira de estar e pensar sobre a vida.
Não era como as outras flores da sua idade e da sua espécie, sonhava mais alto, queria ser livre e poder conhecer outros jardins e florestas e viajar pelo mundo. Mas como? Se ao menos pudesse soltar as suas raízes da terra e ser livre…
Leo, a flor que acabamos de apresentar, todos os dias acordava e imaginava como seria se não fosse prisioneira da sua própria condição e tinha a certeza que a sua existência não podia ser resumida apenas àquela vida.
Era o primeiro dia de primavera, os pássaros cantavam, as borboletas dançavam, o céu estava limpo e azul e as flores começavam a mostrar aquilo que de mais belo tinham para mostrar. Aquele prado coloria-se como se de um quadro se trata-se.
A pequena flor, a tal com o desejo de conhecer o mundo, crescera e convertera-se num bonito e forte dente-de-leão. Mas só o seu exterior mudou, Leo teimava em lutar contra a sua essência e queria acima de tudo mudar para uma vida melhor.
Tal desejo tornou-a fria e distante, fê-la isolar-se dos outros da sua espécie e começou a murchar, baixando a cabeça para o solo. Deixou-se de contar o tempo que esta flor não olhou o sol.
Não havia flor, planta ou animal que ficasse indiferente a tamanha tristeza mas ninguém a conseguia ajudar.
Certo dia, mais um de tantos para Leo, a sua vida iria mudar… Uma pequena criança, talvez dos seus 7 ou 8 anos de idade e de seu nome Felicidade, reparou que no meio de tantas flores vivas e coloridas, havia uma que se distinguia pela sua murchidão e pela sua falta de cor.
Felicidade, com toda a sua ingenuidade de criança, achava que aquela flor não era feliz como as outras. 
Aproximou-se de Leo, olharam-se breves segundos. Felicidade, sabia que só havia uma coisa a fazer. Arrancou-a da terra, pegou nela com o maior cuidado possível, e sorrindo, aproximou-a dos seus lábios e soprou Leo o mais alto que conseguiu.
Leo, voando, sorriu e gritou: – Obrigada Felicidade!